25/09/2016

Karen Faye sobre Michael Jackson



Nas filmagens de BEAT IT, foi a primeira vez que eu realmente vivenciei uma atuação de Michael Jackson. Até este ponto, o nosso trabalho juntos, era tranquilo e num ambiente mais íntimo de sessões de fotos. Estávamos em 1983. Michael era extremamente tímido, de voz suave e gracioso.

A nossa primeira cena ocorreu num quarto de hotel fedorento em Skid Row em Los Angeles.

Câmaras, luzes e alto-falantes foi tudo amontoado num espaço pequeno. A posição de Michael foi primeiro deitado, e depois sentado numa cama suja. Ele estava vestindo uma bonitinha t-shirt branca com o que parecia teclas de piano nela, e bases vermelhas.


Depois foi orientado por Bob Giraldi a levantar-se, andar e depois olhar diretamente para a câmara situada na porta estreita. Sendo a maquiadora de Michael Jackson requeria que eu ficasse por perto. O único espaço para mim era sentada numa cômoda ao lado da câmara. A lente atravessava por acima das minhas pernas e pouco faltava para tocar no meu nariz.

Michael acenou com a cabeça, em confirmação de que ele estava pronto e entendeu suas marcas. O playback começou. A música era ensurdecedora e a batida fazia vibrar todo o hotel.

Eu teria caído do meu assento, se houvesse espaço para cair. O rapaz tímido que eu tinha conhecido durante todos estes meses, de repente transformou-se em alguém que eu não tinha visto antes. A maneira como ele olhou para a câmara, o resmungar sexy, não era nada como a pessoa que eu conhecia até aquele ponto. Ele tornou-se a música.

Esta foi a minha primeira lição do que era um verdadeiro artista. Fiquei fascinada com a transformação. Como poderia a natureza de alguém ser completamente alterada? Quando nós falamos sobre isso, ele explicou, "não sou eu". Ele disse que era Deus, vindo através dele.

Isto leva-me à jornada. Minha jornada, pelo menos, e talvez gostassem de dar um passeio por este trajeto por um momento.

Eckhart Tolle disse: "Que libertação perceber que 'a voz na minha cabeça' não é quem eu sou".

Depois da minha experiência com Michael, eu percebi que quando eu estava criando, seja fazendo maquiagem e cabelo, ou pintura, quando eu estava usando o meu dom, eu estava num estado de ser, que era totalmente presente e ligado ao que poderia ser denominado como Deus, (como Michael explicou) ou conectado ao universo. Eu experienciei o lugar mais bem aventurado, tranquilo e perfeito, de estar neste estado transformado.

Isso explica porque Michael estava mais em paz na frente de milhares de pessoas no palco, do que ele estava em sua realidade diária.

Acho que a minha mente, "a voz na minha cabeça", muitas vezes fica no caminho da minha felicidade.

Que realização maravilhosa (dom) Michael colocou em mim numa idade tão jovem.


-Karen Faye, maquiadora e amiga de Michael, trabalhou com ele desde 1982 até 2005.


Fonte: karenfayezilk.wordpress.com
Tradução: Espaço Michael Jackson

2 comentários:

  1. Esta capacidade de transformação em Michael é uma das mais impressionantes, dentre os vários talentos que admiro nele.

    Como vai Nida? Fico feliz que ainda esteja por aqui, falando de MJ.

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    Respostas
    1. Olá Elisa.
      Eu vou bem, obrigada. E consigo também?

      É verdade, enquanto Deus me permitir, continuarei a missão a que me propus.

      Beijinho

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