Nas filmagens de BEAT IT, foi a primeira vez que eu realmente vivenciei uma atuação de Michael Jackson. Até este ponto, o nosso trabalho juntos, era tranquilo e num ambiente mais íntimo de sessões de fotos. Estávamos em 1983. Michael era extremamente tímido, de voz suave e gracioso.
A nossa primeira cena ocorreu num quarto de hotel fedorento em Skid Row em Los Angeles.
Câmaras, luzes e alto-falantes foi tudo amontoado num espaço pequeno. A posição de Michael foi primeiro deitado, e depois sentado numa cama suja. Ele estava vestindo uma bonitinha t-shirt branca com o que parecia teclas de piano nela, e bases vermelhas.
Depois foi orientado por Bob Giraldi a levantar-se, andar e depois olhar diretamente para a câmara situada na porta estreita. Sendo a maquiadora de Michael Jackson requeria que eu ficasse por perto. O único espaço para mim era sentada numa cômoda ao lado da câmara. A lente atravessava por acima das minhas pernas e pouco faltava para tocar no meu nariz.
Michael acenou com a cabeça, em confirmação de que ele estava pronto e entendeu suas marcas. O playback começou. A música era ensurdecedora e a batida fazia vibrar todo o hotel.
Eu teria caído do meu assento, se houvesse espaço para cair. O rapaz tímido que eu tinha conhecido durante todos estes meses, de repente transformou-se em alguém que eu não tinha visto antes. A maneira como ele olhou para a câmara, o resmungar sexy, não era nada como a pessoa que eu conhecia até aquele ponto. Ele tornou-se a música.
Esta foi a minha primeira lição do que era um verdadeiro artista. Fiquei fascinada com a transformação. Como poderia a natureza de alguém ser completamente alterada? Quando nós falamos sobre isso, ele explicou, "não sou eu". Ele disse que era Deus, vindo através dele.
Isto leva-me à jornada. Minha jornada, pelo menos, e talvez gostassem de dar um passeio por este trajeto por um momento.
Eckhart Tolle disse: "Que libertação perceber que 'a voz na minha cabeça' não é quem eu sou".
Depois da minha experiência com Michael, eu percebi que quando eu estava criando, seja fazendo maquiagem e cabelo, ou pintura, quando eu estava usando o meu dom, eu estava num estado de ser, que era totalmente presente e ligado ao que poderia ser denominado como Deus, (como Michael explicou) ou conectado ao universo. Eu experienciei o lugar mais bem aventurado, tranquilo e perfeito, de estar neste estado transformado.
Isso explica porque Michael estava mais em paz na frente de milhares de pessoas no palco, do que ele estava em sua realidade diária.
Acho que a minha mente, "a voz na minha cabeça", muitas vezes fica no caminho da minha felicidade.
Que realização maravilhosa (dom) Michael colocou em mim numa idade tão jovem.
-Karen Faye, maquiadora e amiga de Michael, trabalhou com ele desde 1982 até 2005.
Fonte: karenfayezilk.wordpress.com
Tradução: Espaço Michael Jackson
Esta capacidade de transformação em Michael é uma das mais impressionantes, dentre os vários talentos que admiro nele.
ResponderEliminarComo vai Nida? Fico feliz que ainda esteja por aqui, falando de MJ.
Olá Elisa.
EliminarEu vou bem, obrigada. E consigo também?
É verdade, enquanto Deus me permitir, continuarei a missão a que me propus.
Beijinho