13/02/2016

Esse era o Michael!


No final de Maio de 2009 eu estava com Michael quando ele estava saindo do escritório de Arnold Klein, em Beverly Hills. Tinha começado a campanha publicitária sobre os concertos This Is It e havia um enxame de paparazzi fora do edifício. Eu estava nervosa sobre se ele conseguia sair - no dia anterior tinha havido uma experiência desagradável emocional e fisicamente: um fotógrafo tinha gritado uma pergunta para ele com intuito de ser ofensiva; depois, outro tinha batido de forma audível na cabeça de Michael com sua câmara de grandes dimensões. Tinha sido verdadeiramente desagradável e Michael não tinha razão de estar de bom humor depois disso.

Hoje, uma mulher que Michael não conhecia, tinha entrado no consultório do médico. Ela era mais velha, e embora eu nunca a tivesse visto antes parece que ela tinha o hábito de afugentar os paparazzi quando ela os via perto de celebridades em Los Angeles. Quando ela conheceu Michael, obviamente pela primeira vez, ela estava em lágrimas, quase histérica, divagando para ele incoerentemente, e sem motivo aparente não parava de dizer "por favor" como se pedisse ajuda.

Estou um pouco envergonhada de dizer, ela estava a irritar-me. Eu podia ver que ele estava cansado e após os acontecimentos do dia anterior, eu estava preocupada em que ele saísse do prédio com segurança. Eu ainda não tinha falado com ele por essa razão: eu só queria que ele saísse de lá em segurança. E olhando para essa mulher abraçando-o e divagando em seu rosto, eu desejei que ele dissesse: "Desculpe, eu tenho que ir", pondo o seu próprio bem-estar em primeiro lugar e fosse embora.

Michael não. Ele ficou em paz completa, inclinou-se um pouco para olhar esta senhora idosa nos olhos e disse naquele tipo de voz baixa, que eu me lembro muito claramente: "Diga-me o que precisa. O que é que precisa? Como posso ajudá-la?". Calmamente, lentamente, como se estivesse tentando incutir-lhe um pouco do seu equilíbrio. E ainda assim ela não conseguia responder. Ela apenas divagava, porque não podia acreditar que ela realmente conheceu Michael Jackson, que a maioria das pessoas via como um ícone intocável; o maior artista de todos os tempos, que tinha rompido tantas fronteiras numa carreira brilhante ao longo das últimas quatro décadas. Ela não podia acreditar que este homem, que simbolizava tanto para ela, a abraçou quando ela pediu um abraço. E quando ela implorou à toa por algo que ela mesmo não conseguia identificar, ele deu-lhe tudo o que uma pessoa poderia desejar. Ele tratou-a com amor, dignidade e respeito. Ele baixou a cabeça, deu-lhe o seu tempo e ofereceu de si mesmo, mesmo ele não tendo ideia de quem essa pessoa histérica era ou o que ela queria.

Ele não a tinha dispensado. Ele não tinha pensado em si mesmo ou na dificuldade dos seus guarda-costas para tirá-lo daquele edifício e para longe da multidão de fotógrafos.

Esse era o Michael.

-Maria Crawford sobre Michael Jackson, um mês antes dele falecer



Fonte:lacienegasmiled.tumblr.com
Tradução: Espaço Michael Jackson



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