28/12/2014

Michael Jackson: Rei da Pop e Empresário


A música não era o único talento de Michael Jackson. Ele também era um brilhante e astuto empresário que conhecia o seu público e que até a sua morte em 2009, estava constantemente a tentar melhorar a sua arte e a refinar a sua marca.

O escritor de música e instrutor da Universidade de Rochester, Joe Vogel, autor do livro Man in the Music: The Creative Life and Work of Michael Jackson [Homem na música: A vida criativa e Obra de Michael Jackson], afirma que a evolução de Jackson como artista e pessoa, foi além do seu talento como um músico.

Numa entrevista exclusiva com BusinessNewsDaily, Vogel fala sobre o legado de Jackson como artista, empresário e inovador e que lições ele ofereceu a todos nós.


BusinessNewsDaily: Michael Jackson foi claramente mais do que apenas talentoso e mais do que apenas com sorte. Ele devia ter alguma outra qualidade – alguma qualidade empreendedora – que o ajudou no seu caminho para se tornar o Rei da Pop. Pode descrever isso?

Joe Vogel: Uma das maiores qualidades de Michael Jackson era a sua capacidade de imaginar alguma coisa na sua mente - algo ousado, diferente e inovador - e depois ter a força de vontade e ética de trabalho para a realizar. Ele estava constantemente a desafiar-se a si e aos que o rodeavam, para irem além do normal. Ele sempre teve amigos e colaboradores a lerem Jonathan Livingston Seagull, uma fábula sobre a recusa de se conformar e procurar a excelência. Você vê, mesmo com os seus concertos "This Is It", com 50 anos de idade, ele não aceitava a mediocridade. Ele queria que os shows fossem diferentes de tudo o que as pessoas tinham experimentado antes.

BND: Acha que sua decisão de se reinventar constantemente era um esforço consciente para se tornar sempre algo novo e emocionante para o seu público, ou você acha que ele apenas evoluiu naturalmente à medida que foi ficando mais velho?

JV: Michael Jackson entendeu que a estagnação para um artista era a morte. Ele odiava a ideia de simplesmente repetir fórmulas. Então, ele estava constantemente em transformação, reinventando a sua imagem, estilo e som, mantendo as pessoas a adivinhar e a querer mais.

Mas há também continuidade na sua imagem/personagem: certos símbolos, marcas e qualidades. Ele é talvez o único artista que pode ser representado em 5 a 10 poses diferentes em silhueta e as pessoas sabem exatamente quem é. Ele era muito cauteloso nas suas escolhas. Uma coisa que ele sempre temeu, foi a superexposição. Ele sabia que a aura mágica associada a ele, a emoção poderia ser mantida apenas pela retenção da sua audiência. Assim, por exemplo, ele nunca faria um circuito inteiro de performances na TV e entrevistas para promover um álbum como a maioria dos artistas fazem hoje. Ele faria um show, e o acúmulo seria incrível.

BND: Como acha que ele teria descrito a marca Michael Jackson? O que é que ele estava a tentar vender?

JV: Eu acho que Michael era muito parecido com Steve Jobs, em que cada produto novo - fosse um álbum ou vídeo ou single - era um evento. Havia todos os tipos de propaganda e antecipação. Então, a marca era empolgante, porque sabia-se que tudo o que ele lançasse ia ser de ponta, único e da mais alta qualidade.

BND: Será que ele tomou boas decisões de negócios? Quais foram algumas das suas melhores e piores decisões?

JV: Michael tomou decisões de negócio muito boas nos primeiros 10-15 anos da sua carreira adulta, e muito ruins nos seus últimos 10-15 anos. A sua decisão mais inteligente, não foi só manter os direitos das suas próprias gravações (antes dele, havia uma longa história de exploração na indústria da música, particularmente de artistas Afro-Americanos), mas também ativamente adquirir direitos de outras editoras, incluindo a catálogo dos Beatles.

As suas piores decisões vieram quando ele tinha muito dinheiro e pouca supervisão. A sua gestão, a partir do início dos anos 90, tornou-se uma porta giratória. Ele tornou-se vulnerável à extorsão, exploração, e aos gastos excessivos, porque ele não tinha mais uma equipe confiável, vigilante e dedicada à sua volta.

BND: O que poderia qualquer empresário ou empreendedor aprender com Michael Jackson?

JV: Acho que a principal coisa que um empreendedor ou um empresário poderia aprender com Michael Jackson, é que fazer algo grande requer visão e trabalho. Michael aproximava-se de cada novo projeto com paixão sem limites, e essa energia era contagiante aos seus colaboradores. Mas o que realmente impressionou aqueles que trabalharam com ele, era que ele poderia trazer as suas ideias para realidade. Sonhava grande e em seguida, trabalhava incansavelmente até que os seus sonhos ganhassem vida.



Fonte: BusinessNewsDaily
Tradução: Espaço Michael Jackson


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